Há um silêncio que ainda me ensurdece Uma incerteza na pertença, ou para ti sou guest? Tá tudo inverso e o mundo diverte-se, é um dissabor Como nunca houvesse quem visse o verso e ouvisse a cor Ouve esse amor e essa dor a ceder Eu não sou ameaçador, o meu sabor é saber O que faço não é básico, dou o máximo por um clássico Não é fácil, cada frase, cada traço no meu A5 Marvila é vida, é a vinha que eu engarrafo Tou na minha e eu nunca sigo a mesma linha, eu paragrafo Tenho sede na cabeça e a cabeça no dedo Mas quando sonho tenho medo que adormeça na rede Há suor em cada poro, organizo o que eu decoro Indeciso que eu deslize e é por isso que eu demoro Faço algo que eu adoro e ignoro o prazer ruim Eu não quero ser o melhor eu melhoro a fazer de mim Nunca tive uma ambição com a ilusão de uma aderência Porque ter a profissão não é missão, é consequência Não me rendo à influência e na falência eu direi Que não preciso de uma venda, não sou deusa do direito O meu livro é exclusivo e é universal Fui compulsivo no cursivo e não morri vassalo Com a Sony Digital ganhei a noção da lente Para um dia ser imortal como a nação valente Visão fluente e é quando a mente me elucida A que eu siga em frente e nunca retroceda na subida O segredo para a (saída) não é subir altitudes É quando aponto o im (porta) nte, é quando nomeio virtudes A glória mora onde eu pertenço e o apreço condecora E eu tou preso a este peso que me ancora O som desempregou-me, a zona suportou-me Sonda quem ambiciona, ninguém sonha ser mordomo Para putos radicais, nada é phat se é antigo Mas eu não vou ser mais um arquitecto sem abrigo Não entro na moleza e no que a incerteza traz Um dia é muito tempo quando tem um talvez atrás Sendo assim, a cena sai sem pressões Sinto o som sem pensar em aceitações É a trajectória de outros craques de outras gerações Conto estórias onde fracos têm orações Sendo assim, a cena sai sem pressões Sinto o som sem pensar em aceitações Eu queria sumo, queria alunos com informações Não há dumbos, só cardumes sem recordações Se a arte é altruísta, não é o que eu vi no topo Porque o trono é egoísta nada filantropo Lancei me e nunca bazei assim que saquei o dobro Estou grato pelo passeio, eu ziguezagueio o globo E guardo notas de rotas poliglotas Em hotéis só muda o lençol é ver o sol e voltas Para quê fazer um álbum se ele dura meses Por vezes sinto que ainda estamos na moldura presos Na era pura, com todos na cultura tesos Quando a vibe era insegura, eu sou da altura desses Sem prazos, sem preços Sem maços, sem interesses O princípio do início ainda se mantém ileso No meu ofício o que é difícil é manter silêncio Agora há muita coincidência para ser coincidente Foi tudo um acidente, e não há um esclarecimento No tempo em que eram só maquetas, os rappers eram autores Cantores eram poetas e poetas eram pintores Eu soube o que é coragem quando a luz era uma réstia Eu sei que há uma miragem na indústria da modéstia Eu vim da arte da rima séria, quando o clima era intenso Uma era linda quando ainda ninguém ria por extenso E hoje em dia, não há sabedoria, sem noção, sem senso E a maioria são uma diversão circense Eu oiço manos veteranos e tu quantos sentes Na life de MC sem remanescentes Que ainda rimam e fazem trabalhos consistentes E nunca ficam à espera que um dia tu sustentes Vi sonhos divinais Vi mil desilusões que trazem muitos afinais O assédio não me embala e eu na calma nem respondo A um armazém que esconde almas em desconto Prefiro fazer trips invulgares no meu kitt de cinco lugares Vou para longe não me fixo em ver clicks e polegares E eu só digo obrigado, por viver com agrado Por ter uma vida assim, e não assim Sendo assim, a cena sai sem pressões Sinto o som sem pensar em aceitações É a trajectória de outros craques de outras gerações Conto estórias onde fracos têm orações Sendo assim, a cena sai sem pressões Sinto o som sem pensar em aceitações Eu queria sumo, queria alunos com informações Não há dumbos, só cardumes sem recordaçõesTeksty umieszczone na naszej stronie są własnością wytwórni, wykonawców, osób mających do nich prawa.