Estive pensando nas palavras do Cristo nos pensamentos do Rei dos Judeus, quando senti os primeiros sintomas fazer tremer os braços meus.
Incontrolável ficou meu corpo agora tão frágil que não percebi as pernas falharem, a língua enrolando, o grito maldito na dor do cair.
Arrastando a face pelo chão humilhado pela desgraçada enfermidade pensava nas palavras do Cristo, pensava no seu sorriso de doce bondade.
E os nervos torcidos rompendo a carne, a saliva que escapa da boca enegrecida fazem o êxtase do judeu Jesus que elege a dor como graça bendita.
E é somente dor no que se transforma a Vida quando o ataque consuma-se enfim: os dedos quebrando, olhos foras de órbita grunhidos horríveis, monstro fora de si.
Sim, é um monstro, é isso que sou quando a febre faz a fera adormecida saltar do seu canto e, rangendo os dentes, debater-se no frenesi da epilepsia.
COMENTÁRIOS: “Não tenho cura e não me preocupo com isso. A imagem do homem saudável aborrece-me muito mais. Veja o espetáculo da saúde! Alguma profundidade você consegue ver num homem plenamente saudável? Este homem apenas sabe contar a extensão de seus campos e quantas moedas enviou aos cofres públicos na última quinzena. Sim, este homem é feliz em sua eterna ignorância e talvez seja isso o que eu mais odeie nele; de qualquer forma estamos falando de alguém diminuído, de um ser que não experimentará a dor da úlcera fatal fazendo o pensamento, tão acostumado ao tédio da repetição, arrojar-se no abismo e dele somente sair para ver o lixo que tudo é.” Teksty umieszczone na naszej stronie są własnością wytwórni, wykonawców, osób mających do nich prawa. |
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