"Com um pouco de saliva quotidiana
Mostro meu nojo à Natureza Humana.
A podridão me serve de Evangelho...
Amo o esterco, os resíduos ruins dos quiosques
E o animal inferior que urra nos bosques
É com certeza meu irmão mais velho!"
-Augusto dos Anjos, em "Monólogo de uma Sombra"


toda carne fresca para saciar a vaidade
o altar erguido para a mediocridade
não existe amor entre os animais
os homens e as bestas são iguais

aberrações, sob a luz desejam
a falsidade das relações humanas
seres humanos, em suas vidas almejam
uma mentira para aplacar sua gana

feiúra

tristes
submissos
sob o jugo da moral

fracos
tolhidos
anseiam a cura pro mal

belos
perfeitos
presos num castelo de cristal

alimentados com a derrota
saturados de tolas respostas
sedentos um dos outros, buscam a ilusão
em um sorriso falso a realização

são fantasmas procriando sem sentido
continuando a miséria da existência
enquanto a beleza se impõe como um castigo
eu colho o louro da desobediência

feiúra

eu nego a perfeição
eu nego a perfeição

...

"With a little daily saliva
I show my pish to the human nature
The rotteness serves me as a gospel...
I love manure, the bad residues from the kiosks
And the inferior animal that howls on the grove
Certainly is my old brother!"
-Augusto dos Anjos, on "Monologue of a Shadow"

all the fresh flesh to satiate the vanity
the altar raised to mediocrity
there is no love among the animals
the humans and the beasts are equals

aberrations, under the light desire
the falsehood of human's relations
human beings, in their life aims
a lie to placate their will

ugliness

sad
submissive
under the rule of morality

weak
numb
want the cure for evil

pretty
perfect
trapped in a crystal castle

fed with defeat
saturated of fool answers
thirsty one of others, wants a illusion
in a fake smile, the realization

are phantoms procriating without sense
continuating the existence misery
while the beauty is imposed like a punishment
i take the glory of desobediency

ugliness

i neglect the perfection
i neglect the perfection

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