Espera a queda. Tempo cinza. Nuvem negra! Anuncia a água. Tormenta. As de março. Verão. Do poema. Da canção. Da sangrenta ilusão. Que desce com a terra. Dos povos da serra. Devastam os sonhos. Que escorrem por elas.
Dilúvio! O pranto da serra...
Moradia. Um lugar. Nas ladeiras. Nas montanhas. Um espaço para viver. De histórias. Lembranças.
A mais linda e cristalina. Pelo trovão se anuncia. Que irriga o solo e traz agonia. Madeira e tijolos em meio a neblina. Ecoam aos gritos na noite. Vão sonhos. Vão casas. Vão corpos. Vão praças. Vão vidas. Vão almas.
Sangue escorre. Esperança desaba. A mais fria tempestade. A desgraça das águas. Moravam ali, esquecidos assim. Futuro em escombros, passado em ruína.
Pouco tinha. Nada resta. Em meio ao barro, sangue e pedras. Tempo cinza. Nuvem negra. Derrame das águas. O pranto da serra.
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