Rico quando vai Desta vida, sempre vai de mau humor Ir deitado de casaca é um terror Abafado e morto de calor Aturar a marcha fúnebre
Só de imaginar Que os amigos vão deitar nos seus sofás Vão tomar os seus vermutes, os seus cristais E as suas mulheres principais Já na beira do seu túmulo
- Gente, quanta gente Que excelente funeral - Ficas bem de preto E o cabelo ao natural - Dizem que o eminente Triplicou seu capital - Vai sobrar para gente Que nem viu ele vivo - Tem até donativo Para as obras do hospital
II Enterro de pobre
Pobre quando vai Sempre dizem que ele vai para uma melhor Vai olhando aquela gente ao seu redor Todos com poeira e com suor Ele achando a coisa ótima
Só de imaginar Que os amigos vão pagar o seu caixão O barbeiro, o aluguel do rabecão O vinho do padre, o sacristão E o sermão na igreja gótica - Gente, não tem gente Tem parente pobre só - Esse teu modelo Mais parece um dominó - Nem o indigente Quis herdar o seu palitó - Vai sobrar para a gente Que nem viu ele vivo - Tem até um passivo No caderno do JacóTeksty umieszczone na naszej stronie są własnością wytwórni, wykonawców, osób mających do nich prawa.