.Porém, já cinco sois eram passados que de ali nós partíramos, cortando os mares nunca dantes navegados prosperamente os ventos assoprando. Quando uma noite, estando descuidados na cortadora proa vigiando uma nuvem que os ares escurece sobre as nossas cabeças aparece.
.Tão temerosa vinha e carregada que pôs nos corações um grande medo bramindo, o negro mar de longe brada como se desse em vão nalgum rochedo. “Ó potestade“, disse, sublimada, “que ameaço divino ou que segredo, este clima e este mar nos apresenta que mor coisa parece que tormenta?”
.O Adamastor… É o Adamastor!
.Não acabava, quando uma figura se nos mostra no ar robusta e válida de disforme e grandíssima estatura o rosto carregado, a barba esquálida. Os olhos encovados e a postura medonha e má e a cor terrena e pálida, cheios de terra e crespos os cabelos a boca negra, os dentes amarelos.
.O Adamastor… É o Adamastor!
Luís de Camões (MDXXIV/MDLXXX) in Os Lusíadas. (MDLXXI)Teksty umieszczone na naszej stronie są własnością wytwórni, wykonawców, osób mających do nich prawa.