Eu sempre andei descalço No encalço dessa menina E a sola dos meus passos Tem a pele muito fina
Eu sempre olhei nos olhos Bem no fundo, nas retinas E a menina dos olhos Me mata, me aluncina
Eu sempre andei sozinho A mão esquerda vazia A mão direita fechada Sem medo por garantia
De encontrar quem me ama Na hora que me odeia Com esse punhal de prata Brilhando na lua cheia
Mas eu não quero viver cruzando os braços Nem ser cristo na tela de um cinema Nem ser pasto de feras numa arena Nesse circo eu prefiro ser palhaço
Eu só quero uma cama pro cansaço Não me causa temor o pesadelo Tenho mapas e rotas e novelos Para sair de profundos labirintos Sou de ferro, de aço de granito Grito aflito na rua do sossego
Sossego!
Mas na verdade é mentira Eu sou o resto Sou a sobra num copo, Sou subeijo Sou migalhas na mesa Sou desprezo Eu não quero estar longe Nem estou perto
Eu só quero dormir de olho aberto Minha casa é um cofre sem segredo O meu quarto é sem portas, tenho medo Quando falo desdigo, calo e minto Sou de ferro, aço e de granito Grito aflito na rua do sossego
E o que prende demais minha atenção É um touro raivoso na arena Uma pulga do jeito que é pequena Dominar a bravura de um leão
Na picada ele muda a posição Pra coçar se depressa, com certeza Não se serve da unha e da presa Se levanta da cama e fica em pé Tudo isso provando como é poderosa e suprema a natureza
E eu desconfio dos cabelos longos de sua cabeça Se você deixou crescer de um ano pra cá Eu desconfio no sentido 'Stricto' Eu desconfio no sentido 'Lato' Eu desconfio dos cabelos logos e desconfio do diabo a quatro Do diabo a quatro Do diabo a quatro...Teksty umieszczone na naszej stronie są własnością wytwórni, wykonawców, osób mających do nich prawa.